Cemiterio Andorinha e Rio Rotas + Greve

Rodoviários das empresas Andorinha e Rio Rotas, que operam linhas que ligam a Zona Oeste ao Centro e à Zona Norte do Rio, continuam a greve que foi iniciada no primeiro minuto da última terça-feira (3). Além do atraso no pagamento de salários e benefícios, os funcionários também protestam contra as precárias condições de trabalho e denunciam o reaproveitamento de peças e até pneus velhos e desgastados em ônibus em circulação.

O motorista Gilson Pereira dirige para a Viação Andorinha desde 2007. Ele afirma que ordens de serviço para reparo são rasgadas e os veículos chegam a sair da garagem sem peças novas.

"Se os passageiros soubessem, nem entrariam nos ônibus. As condições são precárias. Não existe peça de reposição. A manutenção tem que ficar na sucata para colocar peça velha. Muitas vezes, a nota [ordem de serviço para reparo do coletivo] é rasgada porque não tem peça e o carro sai assim mesmo", revelou.

A reportagem da Rádio Globo teve acesso a imagens do local chamado de "muro da sucata". É um espaço onde dezenas de ônibus, com média de cinco anos de uso, são desmontados aos poucos para que outros veículos sejam consertados. A maioria deles está apoiada em cavaletes, pois até os pneus são reutilizados em outros coletivos da empresa. Por falta de peças de reposição, os veículos já fora de uso e desmontados ficam, então, em um local que parece um "cemitério de ônibus".

"O carro encosta com algum defeito. Sem peça, o ônibus fica parado e vão tirando uma peça para repor outro várias vezes. Com isso, o carro já está no esqueleto, sem condições de trabalho", explicou o motorista Gilson.

Cerca de 160 coletivos estão parados sem condição de uso nas garagens das empresas. Enquanto isso, 75 ônibus estão disponíveis para atender as 27 linhas operadas pelas duas viações, o que dá uma média de 3 ônibus em operação para cada linha. Entre as linhas operadas pelas companhias estão 790 (Cascadura x Campo Grande), 926 (Senador Camará x Penha) e 689 (Méier x Campo Grande). As empresas pertencem ao empresário Álvaro Rodrigues Lopes. Além da Andorinha e Rio Rotas, ele também é um dos sócios na Translitorânea Turística e da Viação Algarve.

Aproximadamente 400 funcionários, entre motoristas, cobradores, mecânicos, eletricistas e serventes, estão há dois sem receber salários. Já o auxílio-alimentação não é pago desde outubro. Os funcionários afirmam que a greve segue por tempo indeterminado e que não há possibilidade de retorno ao trabalho sem a regularização dos pagamentos e melhorias nas condições de trabalho.

Devido à paralisação, o Consórcio Santa Cruz disponibilizou ônibus de outras empresas para atender os passageiros das linhas operadas pela Andorinha e Rio Rotas. As empresas foram procuradas, mas não quiseram se pronunciar.

Em entrevista na manhã desta quinta-feira, o secretário de Transportes Rafael Picciani se posicionou sobre as empresas de Álvaro Rodrigues Lopes. Segundo o secretário, não cabe ao poder público interferir nos problemas trabalhistas da empresa de ônibus. No entanto, a partir da constatação da greve e o mau funcionamento dos veículos, a empresa tem cinco dias para prestar esclarecimentos ao Rio Ônibus e à Prefeitura. Picciani também esclareceu que de acordo com o modelo de consórcio, as outras empresas participantes devem abosorver a prestação do serviço da empresa que está falindo e cobrir a necessidade da população.

358 e 391 estão paradas, assim como 684, 689, 737, 738, 746, 784, 811, 812, 847 e 926. A Campo Grande também está operando as linhas SV790 e 790 junto com a Pégaso.
°745 e 731 estão com a Bangu e Barra, respectivamente.


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